Quinta do Caranguejo
Dez patas, muitos pelos e uma casca bastante dura… Conheça o diário de campo de uma mestranda em Gastronomia que tem como tema as memórias de uma tradição que saiu direto das panelas da Praia do Futuro.
Socioeconomia
A Quinta do Caranguejo é um motor de transformação socioeconômica, impulsionando a geração de emprego e renda para a comunidade local, promovendo um ciclo de desenvolvimento sustentável. Uma ação que é feita por pessoas (produtores), para pessoas (consumidores) e com pessoas (restaurantes).
Cultura e História
A Quinta do Caranguejo preserva e celebra as tradições culturais de Fortaleza, conectando os visitantes com a história rica e os saberes ancestrais que fazem da culinária fortalezense um patrimônio imaterial de valor incalculável; garantindo que as futuras gerações possam vivenciar e preservar esse legado.
Turismo
Ao atrair turistas de diversas partes, a Quinta do Caranguejo se destaca como um destino turístico que oferece uma imersão na cultura cearense, estimulando o fluxo de visitantes e contribuindo para o crescimento do setor turístico local, endossando a economia e reforçando a cultura alimentar.
Acompanhe o Diário
Acompanhe o dia a dia do nosso projeto e os passos da pesquisa sobre nossa querida Quinta do Caranguejo
De pessoas, por pessoas e para pessoas
A Quinta do Caranguejo nasceu como um gesto que, de comercial, se transformou em cultura viva, moldando o paladar e a rotina de uma cidade. Em Fortaleza, as quintas-feiras ganharam o sabor do leite de coco das caranguejadas, e dessa tradição brotou um elo entre quem pesca, prepara e saboreia. O que seria ação de mercado virou sustento, e o caranguejo, alimento. Assim, a Quinta do Caranguejo é uma corrente de mãos que nutrem, de famílias que se fortalecem, de um costume que ecoa entre trabalhadores e consumidores, unidos pelo mesmo gosto, o de pertencimento.
Quem está por trás
Conheça a equipe que está trabalhando com gosto nesses saberes

Ana Lieby Costa
Mestranda em Gastronomia pela UFC

José Arimatéa Bezerra
PhD em História da Alimentação, professor orientador
O ritual das quintas...
… Várias mesas com amigos e familiares pedindo os mais diversos pratos, mas em sua maioria consta uma vasilha grande contendo algumas unidades do famoso “cabeludinho”. Crianças brincam no parquinho enquanto os pais pedem outra rodada do “kit caranguejo” que contém três unidades e é acompanhado do caldo, de farofa e em alguns casos, de molho verde. À mesa, estão os batedores e as plaquinhas para apoiar o caranguejo e quebrá-lo, conseguindo assim, consumir a carne em seu interior. Ao lado, ainda na mesa, pequenos recipientes portam o caldo misturado à farofa. Ao fundo, além de risadas, a música se espalha pelo ambiente. E assim, acontece mais uma Quinta do Caranguejo.
Fatias de Memórias
Algumas memórias compartilhadas sobre a Quinta do Caranguejo…



“Eu perdi a mocidade com os pés sujos na lama. Eu fiquei analfabeto, mas meu filho criou fama. Pelo gosto dos meninos, pelo gosto da mulher, eu já ia descansar, não sujava mais o pé. Os bichinhos tão criado, satisfiz o meu desejo. Eu podia descansar, mas continuo vendendo caranguejo”
(Gordurinha – interpretada por Dominguinhos)